sábado, 9 de julho de 2005

Sábado à noite


Durante a viagem do trabalho para casa, ontem, fui sentindo e vendo fumo.
Quando cheguei a casa a vista, no horizonte, a Oeste, era esta. Um incêndio, e fumo. O ar cheirava a queimado. Era insuportável.

No dia antes um atentado em Londres, agora um incêndio ás portas de casa.
Jantei com as portas abertas porque estava calor. Mas aquele cheiro a incêndio incomodava.
Peguei num saco e no cão e fui dormir à praia.

Um trânsito enorme. Carros e mais carros. Parece que toda a gente se lembrou do mesmo...
Quando lá cheguei estava o meu vizinho com o jeep em frente ao portão dele e as pranchas - nunca percebi para o que era preciso aquilo tudo - encostadas ao meu. Riu-se, tirou-as de lá para dentro do páteo dele disse o habitual:

- Mais um ano, hein?!

Mas não. Vim só passar a noite. Fugir do calor e do cheiro a queimado. E pôr a conversa em dia com uma boa amiga. E valeu a pena! Não dormi quase nada, mas pusemos mesmo a conversa em dia. Tipo adolescentes, com risos e cumplicidades.

Conhecemo-nos quando eu tinha dez anos e passei a fazer férias naquela praia.
Ficámos amigas desde o primeiro dia até hoje!
Começámos por enterrar bancos na areia - nunca mais os encontrámos!
Ela não tinha medo das ondas. Eu estranhava; estava habituada aos mares mais do Sul.
Ela mostrou que era divertido. Eu perdi o medo.
Ela pedia sempre ondas maiores e maiores. Eu entrei no jogo.
Maiores, muito maiores do que nós!
Aprendi a mergulhar e a ficar quietinha lá em baixo, com os dedos presos na areia e na horizontal até poder voltar à superfície. Expliquei-lhe porquê que não era arrastada. Passou a ser uma técnica nossa e da T.!
E os passeios de biciclete, com o grupo todo. Quilómetros e quilómetros...
A primeira ida a uma discoteca.
Os primeiros suspiros...

Caramba! Crescemos juntas!
Somos mesmo muito amigas!
E continuamos a rir das mesmas coisas de que riamos quando tinhamos dez anos!
Não temos o mesmo tempo. Nem eu nem ela.
O marido foi ao Norte, ela ficou desta vez.
Tem dois filhos pequeninos - mesmo muito pequeninos. Foi sem querer, diz ela a rir! - , temos os trabalhos. Já não temos os verões quase intermináveis, mas continuamos muito amigas!

7 comentários:

augustoM disse...

Não fui dormir para a praia, mas fui apanhado na 6ª feira, quando me dirigia ao Porto, pelo incêndio que lavrava na zona de Albergaria. Coisa medonha, chamas e fumo, muito fumo negro como o carvão. Tiveram de cortar o auto estarda, pois o fogo conseguiu passar por ele para o outro lado da estrada. Se o diabo existisse tinha de tirar o modelo deste incêndio para o seu inferno. A continuar assim, ano após ano, que floresta vai restar?
Conversar na prais à noite é uma coisa maravilhosa, misturamos o sussurrar da nossa conversa com o marulhar das ondas, e ambos ecoam na escuridão.
Um abraço. Augusto

Margarida Atheling disse...

Realmente... não sei onde ando com a cabeça.
Não era "Sábado à noite", era Sexta, à noite!
Porque o Sábado à noite foi bem mais prosaico: compras no hiper-mercado, para não ter que as fazer hoje, que é o meu único dia livre!
Nem sei como consigo andar bem disposta! :)

Ana Rangel disse...

És uma pessoa que aprecia as coisas boas da vida (pequenas, grandes, isso não é importante)... por isso a boa disposição!

Essas amizades são, de facto, fantásticas! :)

Mil beijinhos!

Márcia Pinho disse...

É muito bom sabermos que temos amigos !
Continua assim super bem disposta.
eijinhos das Margaridas para a Margarida !

Sara MM disse...

Que maravilha!!!!

Que sorte sentires-te segura ao ponto de dormir na praia... eu nestas praias nao podia...

É pena eu nao saber essa técnica, para qd os ondões tentam dar cabo de mim e da minha pranchinha...

BJs e boa semana!

Sara MM disse...

AH! Qt aos incendiso, sei bem como é horrivel, de longe e de perto... já passámos por isso na Atalaia :o(
Espero que acalme a partir de agora...
BJS

Margarida Atheling disse...

Valha-me Deus!
Quando disse "dormir na praia" não era na praia propriamente dita.
Era em casa, na praia!
Eu ia lá dormir na areia!!! :)

Beijinhos!