Passaram dez dias desde que escrevi aqui?! Dez dias, assim num ápice?!
Dez dias sem nem posts telegráficos, é verdade.
Não vou dizer que estive sempre, sempre a trabalhar, porque em dez dias vive-se, e dez dias de vida encerram em si muito mais do que o trabalho. Mas estive, quase sempre.
Agora, trabalho feito e entregue, horas de sono regularizadas, é tempo de voltar a uma certa normalidade.
Deseja-se o regresso a uma certa normalidade, mas como costumo escrever sobre aquilo que me domina no momento... lamento não ter nada minimamente interessante acerca do que escrever, porque o que me domina agora, apesar das várias horas dormidas, é o sono. Um sono persistente e invasor que deixa quase tudo parecer muito longe.
Por agora não me sinto capaz de muito mais do que vegetar pela casa, com as muitas páginas do Doutor Jivago debaixo do braço, aterrar, à vez, na sala, no quarto, nas águas-furtadas e deixar-me acormecer com o livro nas mãos. Tapar-me com uma manta leve e aninhar-me nas almofadas. E sentir uma paz preguiçosa e envolvente.
Ontem estava assim. Hoje, mais do que ontem.
Amanhã já deve ter passado.