Hoje escrevi um post e depois apaguei-o.
Apaguei-o porque percebi que neste mundo, tal como no outro - no dito real - tudo está sujeito a julgamento.
Tudo está sujeito a ser julgado por qualquer pessoa. Pessoas que nem sempre estão na posse de todos os elementos necessários para fazer um julgamento isento, por pessoas precipitadas, por pessoas com um auto-convêncimento demasiado grande para o guardarem dentro de si... e até por pessoas bem intencionadas mas que podem enganar-se e outras que podem conseguir julgar de uma forma justa. Mas são as primeiras que me preocupam.
Criei o blog para falar para mim mesma. Acho que foi por isso!
Encontrei pessoas que comecei a acompanhar e fiz algumas amigas. Quando dei por mim, já não falava só para mim, falava também para elas. Mas falava sem pensar, com o coração. Sem filtrar as palavras pelo crivo da razão.
Não reciei, nunca, ser julgada e mal interpretada.
Era transpatente... Transparente como raramente se pode ser no mundo real. E não temia porque sabia que não tinha sentimentos mesquinhos, nem maldade, nem convêncimento... nem vaidade! Em nada!
Hoje, depois de ter escrito o tal post, passei por um blog que passou, recentemente, a fazer parte do meu roteiro. Reparei num post sucinto. Curto, mesmo!
Reparei que era um julgamento! Um julgamento com uma acusação. Um julgamento feito a alguém que tem um blog onde a pessoa por detrás desse tem feito comentários.
Vi que a data era a de 20 de Janeiro, lembrei-me que tinha editado um post no dia anterior em que me comparava àquela minha avó da fotografia. Percebi que podia ser mal interpretado. Podia parecer vaidade. Mas não era! Não acho que nenhuma daquelas caracteristicas sejam especialmente bonitas. Pelo contrário; não gosto nada de ter a testa alta, e gostava de ter os ombros mais largos...
A acusação de vaidade feita nesse blog podia, ou não, ser dirigida a mim. Mas, mesmo que aquela não fosse, outra pessoa podia ler e achar isso mesmo, julgar que era vaidade. E eu estava só melancólica... mais nada!
Seja como for, o que li nesse blog fez-me pensar.
Vim até aqui e apaguei o último post por recear julgamentos errados. E não creio que volte a escrever com a mesma pureza de sentimentos com que o fiz até aqui. Vou ter sempre presente que há gente por aí a julgar. E, assim sendo, não sei bem se vale a pena continuar...
11 comentários:
Está explicado lá que o visado era outro. Nunca o diria de uma Senhora, em primeiro lugar.
Admiro o teu posicionamento mas por opção e convicção, não sou capaz de assistir à devassa do Mundo em nome da tolerância e da superioridade moral. Os maus devoram a vida enquanto os bons assistem, nada fazendo "porque não somos ninguém para julgar". Aí somos de venturas diferentes...
Talvez tenhas razão...
Se calhar com esta mania de ser tolerante acabo por me tornar cumplice de muitas injustiças. Mas sou assim...
De qualquer modo entendo que me prestei a julgamentos desse tipo... E essa constatação não me deixa indiferente.
Tal como eu nao seria capaz de me olhar ao espelho se me tornasse complacente e passasse a achar despiciendo o meu juízo sobre tais coisas. Na autocrítica somos iguais... :)
Já é tão difícil na vida real sermos sujeitos a tantos julgamentos e más interpretações....
Não percas a pureza, a veracidade e autenticidade que tanto caracterizam o teu cantinho!
Este cantinho É TEU e não deves ceder a pressões de ninguém...
Um Xi muito apertadinho
cate
Olha, estava ler este teu post e parecia eu a escrever. eu sou um pouco como tu, digo as coisas com o coração e por vezes sou mal interpretada. Acho que a forma como terceiros nos interpretam tem a ver com o que vai dentro de cada um, e se o que está dentro é ruim, logo, acabam por interpretar os outros com maldade também. quando comecei o blogue também o fiz com o propósito de escrever pra mim, mas na realidade, estamos sujeitos a sermos atacados, até pelo que não pensamos.... mas o que importa é que tu estejas em paz contigo. Escreve o que vai dentro de ti, que os julgamentos de outros, voltam para eles. Eu gosto muito de visitar o teu blogue. Ele reflete que a pessoa que o escreve é uma pessoa muito coerente, sincera e com bom intimo.
Maragrida,
começa do princípio. e o princípio é tentares perceber porque razão te preocupam os julgamentos das outras pessoas.
de que modo é que, sejam quais forem os julgamentos que elas façam, a tua vida é alterada por isso.
por fim, julgar é uma palavra muito feia. se, ao que me parece, não gostas de a utilizar de ti para os outros, não deixes que ela entre no teu vocabulário dos outros para ti.
aNa
http://meiavolta.blogspot.com
Acho que o mellhor que podemos fazer por nós próprios é não ligar ao que os outroa possam dizer de nós, seja bom ou seja mau..acaba por ser indiferente, pelo menos para mim. Se estiver triste, ou comtente, o meu estado não muda pelo que os outros possam julgar de mim, por isso Margarida, escreve o que tens para escrever e o resto vem por acréscimo. Continua a escrever para ti, é o mais importante:)
Olá cachopa jeitosa! ;)
Tu sabes, melhor que muita gente, que a vida não é perfeita - longe disso! - e que nem sequer nós, que fazemos a vida, o somos. Não podes, portanto, esperar que este mundo - de si próprio tão virtual - possa ser perfeito, nem podes cobrir-te com uma redoma, para não sofreres desilusões. "No man is an Island".
É verdade que escrevemos para nós próprios - muitos de nós aliás. Mas a verdade transcende essa barreira, quando passamos do papel para o digital. Acabamos por fazer amigos e tornar-nos cúmplices de sentimentos. Mas não é um universo perfeito. É, sim, um universo selvagem. Valha-nos o instinto, a sabedoria adquirida e a coragem olhar em frente e perceber que, apesar de tudo, vale a pena, porque as coisas boas continuam a existir e não passam a ter menos valor por isso. Ou passam?
Beijoca enorme, my dear.
*** Ciranda
PS: Mais a mais, fazes-me falta, com mil diabos! ;)
Ai... Parece que a crise bateu a todas as portas... Eu tb pensei em terminar o meu blog. Acho que este Inverno está a afectar a blogoesfera! (risos).
Continua Margarida, continua!
Beijocas grandes
Bolas! Fiquei chocada! De queixo caído!
Por favor nao deixes que a maldade de alguem te torne cinzenta e fechada! Fazem bem (a todas nós) os teus pensamentos transparentes e o coração aberto!!!
Sei que foi uma pancada forte.. mas recupera, 'tá?
BJS
Olá Margarida... admito que pensei um pouco antes de escrever estas linhas, com um certo receio de estar a meter a tecla em assunto alheio... já faz alguns dias que venho, como criatura curiosa que sou, espreitar este blog, cujo link apanhei através de terceiros...
O comentário que leu e que a deixou abismada, também eu o li, e nao duvide que o mesmo pensamento me ocorreu... mas achei melhor seguir em frente...
Permita-me que lhe deixe um conselho... não deixe de escrever aquilo que pensa e sente por causa de outrém, este é o seu espaço e somente isso importa, na certeza de que aqueles que a apreciam de facto, cá estarão sempre, tal como é visível nos inúmeros comentários que já lhe dedicaram...
Continue a escrever Margarida...
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