quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

A vida é uma coisa e o amor é outra

Andava eu no colégio e o meu pai deu-me o meu primeiro livro do Miguel Esteves Cardoso. Depois, comprei outros. Entretanto as crónicas foram deixando de ser tão "certeiras", o que também é normal, porque os assuntos com interesse não são infindáveis.

Divertia-me bastante com as crónicas. Lembro-me de, uma vez, ter soltado uma gargalhada em plena biblioteca e da cara de espanto de um colega meu quando percebeu o que eu estava a ler. Sim, porque ele pensava que para ter boas notas era preciso "devorar" livros cientificos.

Uma frase, de uma dessas crónicas, nunca mais me saiu da cabeça: O amor é uma coisa é uma coisa e a vida é outra".
Hoje, vários anos passados desde a leitura desse livro, a frase ocorre-me vezes sem conta.
O nosso trabalho, a nossa familia, alguns dos nossos amigos, por excesso de zelo ou outro motivo, a falta de tempo, o cansaço, experiências mais ou menos antigas... são tantas as coisas que nos afastam da influência do Cupido!

Estava aqui a pensar: Tenho tantas coisas para fazer que tenho que deixar algumas para trás!
Ora, para o amor é preciso disponibilidade de tempo e de espirito. Não nos é dado.
O trabalho é tanto; a familia, que ainda tem muito presente o episódio do A. e do bebé, resentiu-se com os primeiros sinais de romance (?).
E eu? Não sei bem se sinto ânimo para investir, mas também não sei se quero desistir.
Porquê que nada nos é simplesmente oferecido? Porquê que tudo tem um preço? Porquê que é preciso sempre abdicar de alguma coisa para conquistar outra? Porquê que as pessoas que estão mais perto de nós acabam por funcionar como travão na nossa vida?

Se estivesse sózinha na vida seria muito infeliz. Mas se estivesse sózinha na vida talvez não hesitasse e... talvez conseguisse ser feliz!
Tenho muito com que me ocupar, mas isso não me preenche. Se estivesse sózinha... acho que não estaria sózinha por muito tempo. Largava agora o trabalho, telefonava-lhe ou ía ter com ele. Agora! Ia ao cinema, jantar fora.

A vida é uma coisa e o amor é outra. Mas não devia ser assim! Não devia!

3 comentários:

Romy Maria disse...

São coisas diferentes mas que não passam uma sem a outra, não estou a ver uma vida feliz vivida em pleno sem amor. Complementam-se…

Vilma disse...

vou publicar algo sobre isso no meu blogue. Se quiseres lá ir dar uma vista de olhos... beijos!

C_de_Ciranda disse...

OLá Margarida! Estou de volta :) e folgo em saber as nvidades tão aparentemente prazenteiras! Fico muito contente por ti. E até comum opuquinho de inveja... daqula saudável (se é que existe hehehe).

Olha... deixa-te ir com a onda e aproveita o espírito positivo que esse tipo de reacções e sensações sempre provocam! É imprescindível esse espírito. Quanto à família, ai como eu te compreendo. Não vivemos sem ela, mas às vezes, também acabamos por não "viver" com ela! :)

Enfim, são os revezes da vida! Aproveita o bom momento que parece que está por aí a espreitar! Beijocas e saudades!

*** Ciranda