quarta-feira, 22 de junho de 2005

Martim

O Martim é um homem lindo.
É inteligente, afável, de conversa agradável, escreve bem, é sensível.
O Martim sempre teve paciência para ouvir as conversas acerca dos meus problemas e interesse em tudo o que eu fazia.
O Martim trazia-me tarte de maçã ou gelado de morango quando menos se esperava.
Mostrava-se disposto a ir ao mais absurdo dos sítios, desde que eu manifestasse interesse. Às mais improváveis das horas.
O Martim teve a paciência de ser chamado de meu namorado numa altura em que me afastei do A. por uns meses, convencida, nessa altura, que era para sempre ( mas não foi dessa vez) . E esperou pacientemente até que tudo voltou ao mesmo.
O Martim teve o sangue frio de me ouvir lamentar por causa de outra pessoa sem me dizer, como as minhas amigas, que devia virar-lhe as costas e que ele não prestava.
O Martim limpou-me as lágrimas que não provocou e esteve sempre comigo, mesmo no momento mais difícil da minha vida.

Devia tê-lo amado!
É tão bom e tão especial que talvez nem o merecesse. Se calhar é por isso que nunca me apaixonei por ele. Para mim é um irmão. E ele sabe disso.
Acho que só me apaixonarei por alguém com defeitos, como eu.

Ele merecia ser feliz. E para começar, merecia deixar de gostar de mim.
Felizmente, para ele, passa a maior parte do tempo fora do país.
Estava convencida que já não me via de outra forma senão como amiga.
Espero, sinceramente, que o consiga! E que seja feliz!