quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Conversas...

Quando uma amiga nos pergunta: Lembras-te de me falares do casamento do D. Fernando com a Leonor Teles?; não nos passa pela cabeça onde a conversa nos vai levar.
Não me lembrava, mas não estranhei. Era natural que tivesse falado disso. Pensei que ela estava interessada na história mas, afinal não era assim.

Aproveitou para me informar que ia casar. Fiquei contente por ela, e até por ele. Parecem feitos um para o outro, são diferentes, mas completam-se; assisti a arrufos mas eram só isso: arrufos de quem se quer bem. Esqueci-me da Leonor Teles.

Depois dos parabéns, ela insiste no assunto.

- Não me lembro, mas se calhar falei-te nisso. É natural que sim; é um assunto que me é familiar. Mas não é uma história bonita, menos ainda para quem está prestres a casar!

- Não estou a falar da história, estou a falar do sítio. Lembras-te de me teres mostrado um monte de fotografias há uns anos? O sítio é tão imponente, tão bonito, que quero casar lá. Emprestas-me as fotografias?

Ri-me porque achei que ela não sabia bem o que estava a dizer. Afinal, aquela igreja não fica aqui ao virar da esquina. Lembrei-lhe da distância e ela responde-me, em tom bem disposto e de desafio, que sempre me tinha ouvido dizer que nunca casaria cá em baixo.
O que é verdade, mas porque tenho motivos para isso, porque não faz sentido que fosse aqui, porque tenho ligações muito mais fortes noutro sítio, porque é a esse sítio que, verdadeiramente, pertenço, porque... Porque muita coisa!
E depois aquela história sombria, trágica e tenebrosa... Bem me lembro de há já alguns anos, quando andava a estudar os baliados - baliados de balios. Não tem nada a ver com balas! - ter estado lá e ter olhado para esse edifício que é, de facto, tão bonito, e pensar que era pena estar tão ligado a um episódio assim nefasto.

Nada! Nada a demoveu!
Lá levou as fotografias, e eu até gostei de as rever mas, a partir de agora, vou mostar menos entusiamo quando falar de alguma história ou de algum sítio. Nunca se sabe o resultado dessas conversas!
Só espero que os convidados não me culpem por terem de fazer tantos quilómetros!

17 comentários:

Miguel disse...

Desta vez não foi ao telefone. Foi mesmo "ao vivo". Falam demais... falam demais. Depois arrependem-se.
Importante mesmo é que a amiga não se arrependa! E lá que é bonito...e com boas águas nas proximidades, isso é!

Anónimo disse...

Quem é????????
E onde é? Não estás à espera que saiba onde a Leonor Teles se casou, ou estás!? É lá para cima que é onde tu tens sempre andado, mas onde????

Catarina

Anónimo disse...

Não sei onde é, mas se ela faz gosto... concerteza há-de correr bem. Bjinhos.

Anónimo disse...

O Mosteiro de Leça do Balio é realmente imponente! E poderia ser bem mais longe. Imagine-se se ela quisesse casar no Mosteiro de Tordesilhas (Valhadolide), onde D. Leonor Teles morreu? Além disso, desse episódio negro da nossa história surgiu D. João, Mestre de Avis, que veio repôr a paz e a prosperidade ao nosso país. As histórias menos boas são por vezes a base de finais muito felizes. Votos das maiores felicidades para esse casal! Beijinhos da Guerreira

Xuinha Foguetão disse...

Ehehehehe!

Se ela gosta, é o que importa! Parece decidida!

Os convidados têm de ter paciência.

Beijocas.

Margarida Atheling disse...

Olha !Parece que tenho companhia!
Não te imaginava nestes assuntos Guerreira!
Sim, o D. João I, foi um ponto alto da nossa História, em muitos sentidos mas, como bem sabes, ele surgiu extactamente através da luta contra esta senhora - ou contra o seu genro!.
E sabes o que, realmente, me faz não gostar dela - ainda que reconheça que era uma mulher inteligente e com enorme capacidade? O facto de, para se ver livre do Infante D. João, filho do D. Pedro e da Inês de Castro, e sério pretendente ao trono, ter prometido que o casaria com a D. Beatriz, assim ele se livrasse da mulher, que era irmã dela ( e, por acaso, minha 19ª avó), e de ter criado a mentira de que ela lhe era infiel. E o facto é que ele a matou, com as próprias mãos, sem motivo e depois acabou os dias, como sabes, prisioneiro em Castela.
Era perfida, essa senhora!

Catarina: tiveste sorte porque a Guerreira acabou por responder à tua pergunta, senão terias de fazer uma busca por ti! Aprender faz sempre bem! ;)
É a Inês. Mas ela depois fala contigo.

reborn disse...

Hahahaha,podia ser num local ainda mais longínquo :D
Beijinhos:)*************

Anónimo disse...

Ai que passo lá tantas vezes!
E ainda hoje falei com uma amiga que casou lá! O que até foi engraçado porque o marido (também meu amigo) sofre de agorafobia e tem que se ter tanta paciência com essas pessoas! Enfim, mas o que é engraçado é que ele estava-lhe sempre a telefonar para ela ir para a igreja o mais depressa possível, e não se atrasar, etc. Só que o padre perdeu-se - porque não era de cá, não sabia o caminho certo para o mosteiro - e acabamos por estar todos, noivos inclusivé, à espera do padre dentro do mosteiro!!!
E aqui fica uma história mais feliz. Até porque o mosteiro realmente merece!
Mas avisa já a tua amiga que o padre do mosteiro é bem esquisito e ela que se prepare para o aturar, ok?
Beijocas

Anónimo disse...

Igreja de Santa Maria Maior de Barcelos! Pelo menos sei que é esse o teu sítio.
E o meu ainda é mais longe em Melgaço. Há coisas com muita força não é!?
Agora a menina Inês?!?!?

Anónimo disse...

Ah, já agora... por aqui toda a gente sabe que D. Fernando casou com D. Leonor Teles no mosteiro. Lembro-me que a minha professora da primária (ironia: de nome Inês) fez questão de nos contar essa história bem contada!
Beijocas

maria disse...

Estamos a falar de quê? 300 quilómetros? Não acho que seja longe...Nem me vou meter na conversa "histórica"...mas acho muito bem que as pessoas façam o que querem e onde querem, incluindo casar.

C_de_Ciranda disse...

Vistinha à prima e às amigas... oK? :P Já não é sem tempo!

*** Ciranda

Clara disse...

Eheheheh!

Se fosse comigo,levavas nas orelhas!

Tem lá cuidado com os locais, pois está visto que és ouvida!!!

Beijocas

Rui disse...

Dúvido que consigas falar com menos entusiasmo seja do que for. Podes tentar, mas não vais conseguir.

Sónia e MI disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Eu também me entusiasmo a falar do que gosto e depois "roubam-me" as ideias. Aconteceu-me com o nome que queria dar à minha filha.
Beijinhos

Margarida Atheling disse...

Não prima! O noivo chama-se João!
Mas olha que falta mais de um ano para o casamento! :)