terça-feira, 3 de maio de 2005

De volta

Pois, de volta, porque a vida continua.
Mas ainda com a sensação de falta de referências.

Fiz a viagem para baixo muito contrariada, como sempre.
Procurava a lua e não a via. Lembrava-me da última viagem para baixo, numa noite de lua cheia, enorme.
Nessa noite também não tinha querido voltar.
Nem nessa nem em todas as outras de que me lembro. Mas especialmente nessa.

Custa-me passar o Cávado, custa-me passar o Ave. É penoso passar o Douro e, quando as placas anúciam St.ª Maria da Feira sinto-me realmente contrariada.
E a viagem para baixo é penosa. Sempre!

Algum dia fico lá por cima...
Sim. Digo sempre isto. Chego a levar-me a sério.
Chego a pensar, meia divertida, que aquela cigana que insistiu em "ler-me a sina" no jardim no Campo Grande, tinha razão. Pelo menos alguma razão.

Algum dia vou para a Escócia, com bilhete só de ida.

Algum dia aceito a proposta daquele primo do meu pai, funcionário das Nações Únidas, e vou trabalhar para o outro lado do mundo. Mesmo para o outro lado do mundo. E fico lá...

Algum dia apanho um avião sem destino!

Mas esse dia nunca chega. Porque tudo me prende. Pessoas, animais, obrigações e até sítios! Recordações e planos. O passado, o presente e até o futuro! Mas um dia...

12 comentários:

Sara MM disse...

Qd morreu o meu Avô, fui de noite Bairro Alto.
Andei andei andei...
Observei observei observei...
E fiquei bem melhor, ao ponto de dormir "bem".
Não pelo Bairro Alto em si - que não ía lá há um par de anos e nunca mais voltei - não pelo que bebi ou dancei, pois só andei e observei as ruas e as gentes.
Foi por ter tido de admitir que a vida continuaria, graças a todas aquelas pessoas completamente alheias à minhas infelicidade, felizes ou bêbedas, mas Vivas!

É mesmo o que nos resta... continuar. Cá ou noutro local qualquer onde estejamos bem.

Emma disse...

Querida Margarida,
Uma viagem, um tempo fora permite recarregar baterias e voltar à vida com mais alento.
Mas não o faças fugindo do que deixas, porque quando voltares sabes que estará tudo na mesma.
Um beijinho,
EP

alma disse...

Olá querida Margarida!
Há dias assim...
em que temos força para largar tudo e no momento seguinte sentimo-nos presas a tudo e a todos!
Mas se não encontras as tuas referências aqui, porque não tomar aquela decisão que está pendente há tanto tempo?
Decide, age e não olhes para trás... porque enquanto olhares vais estar sempre presa... sempre...
e podes sempre voltar, né?
beijos grandes
cate

Tão só, um Pai disse...

... bilhete só de ida para qualquer outra parte do mundo ... há luxos que me fariam, também, a felicidade ... brrrrrrr (calafrio gostoso).
Post maravilhoso ...

Anónimo disse...

Olá Margarida!
Muita Força!
Uma viagem é cura para muita coisa... outras vezes é bilhete para um futuro que não queremos. Só tens que decidir o que é que te faz mais feliz! (e não consegue ser tão complicado???)
Obrigada pelo miminho no meu blog.
Beijocas

André Parente disse...

O problema é que, digo eu, raramente sabemos o que queremos porque nunca sabemos o que vamos encontrar. Também já sei que o que custa é o primeiro passo. "Mas só quando o corpo mandar. Porque a cabeça, essa engana muito."

Xuinha Foguetão disse...

A vida tem de continuar... e temos de enfrentá-la de frente por muito que nos apeteça desaparecer ou dar outro rumo á nossa vida, mas há sempre um MAS!
Espero que encontres o teu caminho!
Beijos enormes,
Xuinha

Anónimo disse...

Só espero que tenhas a coragem para seguir o teu caminho... Seja em terras de Sousas e Sousões,Travas e Trastâmaras... ou mais longe nas Highlands
beijo amigo
Sofia & Rafael
(gostas de Rafael? ainda está em experiência)
PS: o meu mail morreu e perdi o teu (longa história) será que mo podias dar de novo? Manda-o para isabelcorreia@yahoo.com 'Brigada...

C_de_Ciranda disse...

Humm... Escócia. Queres companhia?
*****

*** Ciranda

Margarida Atheling disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Vilma disse...

Fui à Escócia tinha apenas 9 anos. MAs consigo ainda recordar do verde... muito verde, dos bosques, dos homens com os "kilts", de parar para tomar chá com scones. eu bem ando a tentar convencer o meu marido a voltar lá... um dia, quem sabe! :)

carlag disse...

Há momentos na nossa vida que nos apetece largar tudo. Depois, pensamos, hesitamos e acabamos por ficar onde estamos...
O que acho, é que há-de chegar o dia, em que não se pensa, simplesmente se vai.
Acredito que se não é aqui que estás verdadeiramente bem, um dia destes terás forças, para procurares o teu bem estar...e ires...