terça-feira, 10 de maio de 2005

A cenoura

Sempre gostei de me sentir com horizontes largos. Mas nos últimos tempos a minha necessidade de sair - de sair do país, entenda-se - tem-se tornado muito evidente.
Aqui não a escondo, porque não fazia sentido. Mas evito apregoá-la fora daqui.
Mesmo assim, suponho que se nota porque, numa viagem de carro, perguntaram-me assim, saído do nada: E se fosses uns dias à Escócia?

O problema está aí! Não posso!
Agora, e até ao fim de Novembro não vou ter mais do que dois dias seguidos livres, excepto aqueles 20 dias, mas esses são todos para passar na praia - sem mar morro!
E não posso porque aceitei um trabalho que me obriga a ficar por cá!

Quando me candidatei achei que não tinha hipóteses. Havia tanta gente que preenchia os requesitos à minha frente...
Mas aconteceu!

Não gosto do trabalho. Não é propriamente odioso, mas não gosto.
Também não morro de amores pelas pessoas com quem vou ter que trabalhar. Não são más pessoas. A esquisita sou eu!
Aceitei só pelo dinheiro! E sinto-me mal com isso.

É muito bem pago. Vou continuar a trabalhar aqui porque não deixaria este trabalho e porque dá para acumular - com esforço, mas dá! - e, feitas as contas, só com o que esse trabalho vai render, vai dar para acabar o restauro da MINHA casa sem recorrer a crédito bancário ou favores dos pais. Sim, porque isto de restaurar uma casa com 400 anos consome algum dinheiro.
Na verdade, ainda deve sobrar um bom bocado. O que me deixa numa situação confortável para... viajar sem fazer muitas contas.

E é nestas coisas que penso para conseguir encarar o que tenho pela frente a partir desta semana.
Sinto-me como um burro a correr atrás de uma cenoura.
Acenaram com o dinheiro e eu aceitei. Pior! Acabei por ficar com um trabalho que outras pessoas fariam com o maior dos prazeres!
Pela primeira vez na vida tomei uma decisão baseada no maldito dinheiro. Mas devo estar a dramatizar! Eu estou é que estou muito mal habituada! Afinal não é por dinheiro que as pessoas normais trabalham?!

5 comentários:

InêsN disse...

como este tópico me toca, margarida...
sou como tu...acho que trabalhar só mesmo por gosto...mas às vezes não pode ser...e para alcançarmos o que queremos temos mesmo que nos sujeitar!
quem sabe não acabas por gostar??
um beijinho grande,
inês
ps - quando as coisas correrem menos bem...pensa na escócia ;o)

André Parente disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
André Parente disse...

Amealha enquanto podes!! ;)

Jolie disse...

Eu faço um trabalho que gosto e embora não seja mal pago também não é bem... nunca é não é ;)

Mas se calhar por agora o melhor é concentrares-te nos teus objectivos pessoais e que o trabalho é apenas o meio para os obteres...

Acho que é o cansaço que te leva a ter estes pensamentos!

Beijinhos
Sandra

Xuinha Foguetão disse...

Olá Margarida!
Às vezes é preciso fazer sacrifícios para se ter aquilo que quer!
Encara isso como uma fase passageira, para depois poderes usufruir da forma que tu quiseres e quem sabe concretizares alguns sonhos.
Imagino o quanto é difícil trabalhar em algo ou em algum sítio que não nos agrada... nisso tenho muita sorte!
Tudo se vai resolver!
Beijões,
Xuinha