quarta-feira, 18 de abril de 2007

Azul, de mar


Imagem daqui

Tenho saudades do mar..., disse eu à T., descontraidamente, ao telefone.
Mas então, este fim-de-semana não estiveste perto do mar?!, respondeu-me ela.

Pois estive. Ele estava lá. Mas já não me lembrava.
Não que me estivesse esquecido do fim-de-semana. Esqueci-me foi do mar.

É do azul do mar que eu gosto. Dos muitos azuis do mar.
São eles que eu vejo no azul do céu, no azul de algumas flores.
Gosto tanto, tanto do mar...

Agora lembro-me. Lembro-me da sensação boa de o ter visto, lá à frente, azul, infinito, longe, enquanto o carro dava duas voltas a uma rotunda, perto da saída da auto-estrada. Mas ele ficou afogado entre conversas sobre protectores solares, irmãos mais novos, datas de acontecimentos do ano passado, e entre pensamentos vagos que tentavam integrar o tempo cronológico desses acontecimentos no tempo real (?) das nossas vivências e emoções.

Ele, o mar, estava, depois, mesmo ali. Mesmo ao pé de mim. Tão, tão perto. E eu tão longe dele.
Era cenário apenas, e não protagonista, como é costume. Papel de fundo.
Um papel de fundo, lindo, azul, calmo e profundo. Mas eu não me lembrei dele. Olhei para ele, mas não o vi.

Não me lembrei do mar no meio do trânsito de fim de tarde da marginal, ali mesmo ao meu lado.
Lembro-me, em contrapartida, de terem sido comidas as únicas quatro bolachas Belgas, que nem eram minhas. Mas fui eu que comi metade delas.

Não me lembrei do mar ao jantar. Mas lembro-me dos risos.

Não me lembrei do mar quando adormeci...

Lembrei-me hoje que tinha saudades dele. E senti saudades porque tinha estado junto a ele no fim-de-semana, mas estive sempre longe. Porque ele, por muito que goste dele, era secundário nessa altura e isso, é bom.

Gosto muito do mar, dos azuis do mar. Mas dou ainda mais valor a outras coisas.

10 comentários:

Dulce disse...

so do I!

CGM disse...

Dás mais valor aos teus queridos, não é? ;)

Margarida, adorei a fotografia de baixo, que saudades que tenho de ir ao Monte ver florinhas dessas!

Beijinho

Ana disse...

Ah o mar!!!
Como vivi sempre perto dele, sinto-lhe tanto a falta.
O cheiro a sal, o barulho das ondas, a espuma branquinha das ondas a lamber a areia, era capaz de viver numa cabana na praia toda a vida.....bem, pensando melhor antes queria uma casa bem bonita na praia.
Nao eh pedir muito, pois nao?

Margarida Atheling disse...

Dulce: :)

Cgm: é!
queridoS, no plural! ;)
a mim também me soube muito bem encontrá-las assim, uma mancha de florinhas azuis no meio do verde. :)

Ana: não... não é pedir muito!
até porque eu queria o mesmo, e acho que é perfeitamente razoável! ;)

Piquinota disse...

O Mar é das coisas que me fazem mais falta quando estou aqui!
Em Portugal, mesmo não o vendo, sei que está perto, que me posso perder na sua calma ou na sua ira sempre que precisar... Está lá!!
Aqui não tenho para onde ir...


Jinhos

Ps- Aí Margarida... foi apenas um sonho, mas pareceu-me tão real, senti-o real...

[Ariana Aragão] disse...

Gosto principalmente do mar no Inverno. Revolto, livre, inconformado. E no entanto, profundo e pleno de serenidade.

um beijo

tomodoro disse...

Ai as saudades que eu tenho de o ver todos os dias... desde que vim morar para lisboa, que não o vejo todos os dias... foi uma das mtas coisas que me custou e custa na mudança de casa.

Como te entendo.

Jolie disse...

nem reparaste nele enquanto o teu refresco era trucidado por umas mãozinhas sapudas, nem quando outras gentes de palmo e meio, ginasticavam em plena areia e pediam para "passar por cima" dos seus castelos.

Não reparaste mas ele estava lá. A embalar esses risos de gente que se quer bem.

E foi por o mar ter lá estado sempre, que nem sequer deste por ele...

beijos!

Xuinha Foguetão disse...

Também gosto muito do mar...

E como tenho saudades de mergulhar nele.

Beijos grandes, Maggy

Margarida Atheling disse...

Piquinota: a ideia de estar longe do mar também me angustia. acho que não seria capaz de viver num sítio onde demorasse muito a conseguir vê-lo, sempre que sentisse a necessidade.
(eu sei o que são esses sonhos. já me aconteceu mais do que uma vez. deixam-nos viradas do avesso. mas já passou!) :)

Ariana: também eu. gosto do mar forte, senhor de si. gosto da força que exibe. indomável. e sempre acolhedor.
gosto do mar batido, inteiro, assim profundo.
é por isso que não gosto do mar do Algarve. :)

Shu: imagino! eu quando venho de férias... é um trauma. preciso tanto dele!
mas é perto, Shu. Vai visitá-lo! :)

Costinhas: pois foi. mas reparei mais nos risos de gente que se quer bem! :))

Xu: também tenho saudades disso. mas já não faltará muito. esta Primavera promete... :))