sexta-feira, 8 de junho de 2007

Gene pool


Tenho uma árvore genealógica tão extensa como todos os outros seres humanos, com origem em alguém a quem podemos chamar Adão e Eva, ou australopithecus.
Como todos os portugueses descendo de pessoas de várias nacionalidades. É mesmo uma característica nacional, cada português transporta em si genes de antepassados com origem em sítios muito variados.
Se nalguma coisa não sou tão igual, talvez à maioria da população, é no facto de conhecer a minha árvore genealógica por vários séculos, o que, diga-se, não me torna nem melhor nem pior do que ninguém.

Sou portuguesa, e gosto muito de o ser, mas descendo de escoceses, irlandeses, ingleses, franceses, alemães, espanhóis e, lá muito, muito longe até de habitantes dos países nórdicos e de uma Avó da Arménia, que veio em peregrinação a Santiago de Compostela e não voltou a casa.
Em cada manifestação de temperamento ou em cada característica física há sempre uma explicação num ou mais antepassados. Isto é tão comum que há vezes em que me pergunto o que, de original, é meu. Mas não me sinto incomodada com isso. Na verdade acho uma certa graça.

Seja qual for o estado de espírito, há sempre uma explicação baseada nesta ou naquela característica deste ou daquele povo, ou desta ou daquela pessoa com quem nunca vivi, mas com quem sempre convivi.

Ora não é que ande num dolce fare niente, ao qual eram muito dados os Avós Fernado ou Domingos, mas nada ao género do Avô Arnaldo, nem do Avô Guido.
É assim mais um laisser faire, laisser passer, em relação a uns assuntos aqui do trabalho, coisa que o Avô Henri jamais faria, mas o que não tem remédio remediado está, e estou certa que o Avô Afonso, pragmático como era, me daria razão.
A vida é tão curta e ocupamos tanto tempo com coisas que não contribuem em nada para a nossa felicidade, passamos tanto tempo a adensar situações, a criar problemas.
A Avó Margaret também complicou muito, mas um dia deixou-se dessas coisas. A vida é tão simples, tão igual, aqui ou na Escócia, no séc. XI ou no XXI. O pouco que ela precisava para ser feliz, é o mesmo que esta neta a quem lhe deram o seu nome precisa. Nada mais. Eu sei que ela me entenderá, lá de onde nos vê, e há-de sorrir complacente como sei que era, a esta sua neta. Eu tenho cá destas certezas.
E isto tudo para dizer que ando com pouca vontade de escrever, também com pouco tempo é verdade, mas com pouca vontade. Mas como diriam o Avô Edward, ou o Avô Malcom... no news, good news.
Pura preguiça para a escrita. Eu funciono muito assim. A culpa só pode ser dos genes, que minha não é de certeza!

16 comentários:

Papoila disse...

Hahahahaha gostei da parte final... podemos sempre culpar os genes, não é? E mais ainda quando os conhecemos bem, como é o teu caso.
Mas o que me fascina é que com toda a tua preguiça escreveste um texto deste tamanho! eu com a minha (preguiça) limito-me a ler o que os outros escrevem... :)
Beijos!

Miguel disse...

Tu tens é muitos avôs!

Mas tal como tu, acho que onde estão, sorriem ao rever em ti cada uma das suas características. É assim justo, que deixes saír as menos usadas, como esta "preguiça". Era tempo de fazeres sorrir o Avô Arnaldo e o Avô Guido. A competição dos sorrisos vai acesa "lá em cima".
Mas algo me diz que a Avó Margaret sorri mais do que todos os outros.
Se assim for, quando é que a fazes rir mais intensamente por te "deixares dessas coisas/complicações"? Afinal "a vida é tão simples"!
;-)

Piquinota disse...

Meu Deus, quantos avós!:)))

Acho que todos eles querem sorrir ao saber que estás feliz! E isso deve bastar-lhes!:)


Jinhos

Jolie disse...

Eh pá... acho melhor começar a fazer a minha.

A culpa destes genes de mau-feitio há-de pertencer a alguém com toda a certeza!

;)

beijos

Anónimo disse...

Sim Margarida, a culpa é dos genes, eu tenho uns desses, da preguiça, que vou disfarçando ;)

Beijocas

Margarida Atheling disse...

Papoila: foi escrito por inércia... sabes como é; depois de começarmos até temos preguiça de parar! ;)

Miguel: eu e toda a gente, Miguel! ora faz lá as contas: 4 avós + 8 bisavós + 16 trisavós + 32 tetravós + 64 quintos avós + 128 sextos avós + ...
se tiveres uma árvores genealógica com uns séculos vê lá o número de avós! :)
acho que sim, que a Avó Margaret é a que se ri mais (mas também se preocupa às vezes, de certeza).
já me deixei dessas "coisas"! não se nota?! claro que ainda tenho é um bocadinho de medo, mas lá que me deixei de complicações deixei! :)

Piquinota: repara nas continhas que fiz ao Miguel! :)
acho que sim!! :))

Costinhas: acho que sim. dá cá um jeito! eu ajudo-te! :)
o meu mau feitio vem sobretudo da Avó Éléonore. uma francesa cá com um feitiozinho! (com o devido respeito Avó!) ;)

Maçanica: pois é! não disfarces... nós não temos a culpa! ;)

Clara disse...

Mau feitio, tu? Enfim, o que se poderá dizer de mim então...E a tua amiga tem um apelido meu, é da família ou só tens amigas com aquele apelido?

Margarida Atheling disse...

Clara, eu acho que andamos muito equilibradas nessa matéria! ;)

Estás a falar da Catarina?
Tem. O último apelido dela é um que tu tens também. Até acho que te tinha dito.
Ela é minha prima em 10ª grau, do lado dos Lemos, mas quando nos conhecemos nem sonhávamos.
Uma irmandadade de primas, é o que é! :)

Clara disse...

Nesse caso ela será minha prima de certeza (mas desse lado da família n conheço ninguém).

Ana disse...

Tudo que tem a ver com o passado me fascina, gostava de saber quem foram os meu antepassados, infelizmente so sei os nomes dos meus bisavos.
Mas nao devo de ter ninguem ingles ou frances...deviam de ser todos tugas.
Enfim, todos raca macaca como eu.

Rita Maria disse...

Bolas...eu bem sei a minha árvore genealógica por uns bons metros acima, mas ainda assim ela estende-se geofraficamente por um máximo de 50 km minhotos... :(

Anónimo disse...

Ai o feitiozinho da Avó Éléanor é mais do que famoso! Nem era preciso recorrer a mais justificações. ;-)
Ó Clara, havemos de ver isso! Era engraçado! :-)

Beijos às duas

Catarina

Sara MM disse...

Que fraia se te apetecesse escrever! :oD

Lindo!


E já o disse... é tão bom estares "assim"!

Que mais genes desses se activem bem depressa! :oD

Bjss

Margarida Atheling disse...

Clara: não sei. mas depois verificamos isso. :)

Ana: raça macaca?! que é lá isso?! ;)
olha que é quase característica dos portugueses termos ascendentes de vários países.

Rita Maria: mas se recuares mais talvez faças descobertas mais longe. eu também tenho muita família do Minho, e adoro! :)

Catarina: verdade! ;))

Sara: obrigada! :)
que estes se mantenham activos. que isso de mais genes é perigoso! e o bem depressa ainda é mais perigoso! ;)

Mocas disse...

Também tenho parte (até ao séc. XV)da minha árvore feita a partir da avó paterna, mas tenho pena de não conhecer mais. Já pensei em dedicar um pouco de tempo a isso, mas dá um trabalhão ... por algumas coisas que pesquisei há uns anos, aqui os avós devem ser quase todos judeus :)

Adorei as fotos.

Smas disse...

Também não tenhomuita vontade para escrever, mas gostava tanto de descobrir a minha árvore geneológica que fosse para além das minhas avós (e mesmo essas...). Sim, se pesquisar e tal, mas não é a minha área e nem saberia muito bem por onde começar.
Quem sabe quando um dia me dedicar a tal não te peço umas dicas (se entretanto não fgires e apagares o blog....)