Conheci-os cá, devia ter eu uns quinze anos. Vieram até cá visitar uns amigos ingleses que cá viviam, acabaram por conhecer o meu pai e, não muito tempo depois, a mim. Não sei bem porquê, mas talvez por só terem filhos rapazes, ou por os ajudar quando pretendiam estabelecer contacto com pessoas que só falavam português, ou porque gostavam muito de história e, por essa altura, também eu já tinha mais conhecimentos do que seria obrigatório, por me ter tornado uma guia com boa vontade, por afinidades, por simpatia, por qualquer motivo, o certo é que desde cedo se mostraram muito simpáticos comigo. Amigos, à séria.
Interessados no que estudava, nas linguas que falava, nos livros que lia, nos desportos...
Desta vez, como de muitas outras, numa passagem da carta dirigida aos meus pais, relembravam que a casa do lago, próximo de Salzburgo, continuava à minha disposição.
É uma casa linda, daquelas com varandas de madeira cheias de flores coloridas. Mas é enorme.
E eu, não sei porquê, sonho com cabanas pequeninas, em sítios isolados, com lareira e mantas quentes, com neve. Muita neve.
Longe de tudo, da civilização, sem telefone e comunicações. Mesmo pequenina. Um abrigo, mais do que uma casa.
Às vezes, de longe e longe, pergunto-me se vou, toda a vida, querer o que não tenho. Ou melhor: não ter o quero. Mesmo querendo o que tenho. Se o que quero até são coisas assim... simples, caseiras. Devia ser mais fácil sonhar com cabanas do que com palácios.
Ai! Parece que é, mas não é. Não é um trocadilho. É mesmo uma dúvida minha. Não me atormenta. Não agora. Mas é uma dúvida...
8 comentários:
Também nunca sonhei com casas grandes e imponentes... os meus sonhos são bem mais simples...assim como os teus! ;))
dessa nã estava a espera ... tu praticavas ou ainda praticas algum desporto???
Sabes que eu sempre quis ir a Salzburgo e nunca tive oportunidade? E adorava conhecer Viena... até tenho um amigo que trabalha lá, para a ONU.
Que tal aproveitares a oportunidade? Mesmo que a casa seja grande e não corresponda às tuas ideias iniciais, vale sempre a pena, não?
Beijocas e bom fim-de-semana!
Eu também não sou de querer coisas muito grandes e exageradas. Gosto de coisas simples, e principalmente práticas.
Querer faz parte da natureza humana principalmente querer coisas que não temos, depois de as termos queremos outras (percebeste????lollll).
O prazer de tudo isso está na conquista, no caminho que tomamos para as conquistar....
bejokas
Sempre a surpreender ;)
Margarida não é o tamanho das coisas que as tornam mais realizáveis.No sonho não é obrigatório a dimensão, mas sim o que nos pode tornar mais felizes.
Eu e o Fernando do Fraternidade estamos a organizar um juntar/encontro no dia 15 de Outubro, teriamos muito gosto que estivesses presente.
Um beijo. Augusto
Amiguinha, parece-me que mal fiques livre do compromisso que te prende até ao final do ano e leias lá todos os pergarminhos que tens que ler lá pelo Porto, vai ser difícil apanhar-te neste rectângulo. Só devias poder ir a um país por ano. Num tempo máximo de um mês. Para o ano podes ter dois, mas com intervalo, porque este ano e o ano passado só foste a Espanha, não foi? Mas nada mais! Alguém tem que te prender!
Catarina
Oh mElher, deixa de lado essas dúvidas e tristezas e põe-te já a caminho de Salzburg. Uma vez lá, no palácio, podes até imaginar-te num abrigo, mas o que interessa é que não percas essas oportunidades que a vida te oferece!
vai, uns dias. Vai fazer-te bem!
Beijocas grandes e bom domingo!
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