Na noite de Sábado - a da festa - saí de lá, eu e uma amiga, com o objectivo de, finalmente, regressar a casa e à minha caminha. Para mim, oito horas lá eram o bastante. Para a maioria das pessoas também. Mas alguns resistentes seguiram outros rumos.
Um amigo/colega de trabalho (ou na ordem inversa. não sei bem) também lá estava. Ele e outro colega nosso.
No caminho de regresso toca o telemóvel. Olho para o ecrã e vejo que era ele.
- Mas onde é que andas?! Volta já para trás!
Nem pensar! Estava cansada, queria mesmo ir embora.
-Traidora! Volta já!!! Estás a ouvir?
Pois sim. Claro que não voltava. Entretanto eu ria e a minha amiga também. Áquela hora já se ri de qualquer coisa.
- Se não voltas nunca mais te falo! E nunca mais te ajudo! Nunca mais, ouviste?! Tanto me faz que gostes de números como não! Vais ver...!
-Ai é?! Está bem! Então eu vou contar que tu lês a Surf Portugal em horário de trabalho! Adeus! Até amanhã! Beijinhos!
-Beijinhos?! Beijinhos?! Não te dou beijinhos nenhuns!!! Nem eu, nem ninguém aqui!!!
E desliga-me o telefone na cara. Continuamos a rir, que a noite não estava para outra coisa.
Minutos depois toca o telefone. O mesmo número.
-Sim? O que é que queres? Ah, já sei! É para me dares os beijinhos. Até amanhã!
Mas do outro lado:
- Beijinhos??? Quais beijinhos??? Ah! Vocês...
Tinha passado o telefone ao nosso colega para que ele tentasse convencer-me a voltar para trás. E, claro, a este a conversa dos beijinhos, fora de contexto, pareceu estranha. Tão estranha, que continua a ver as coisas fora do contexto.
Mesmo fora do contexto. Ele mais algumas pessoas a quem, óbviamente, contou a sua versão da história. E lá entra em acção uma brigada a tentar dar "um empurrãozinho". Mas eu não quero "empurrãozinho" nenhum.
E lá se tornou impossível trabalhar com o G., e lá dou um salto para trás de cada vez que ele vai para me passar a mão pelo cabelo ou pelo braço, e lá o evito (dentro do possível), e... não estou a gostar nada disto!
Já ele, parece que gosta. Depois de lhe ter segurado no braço e de lhe dizer que achava desnecessário que me fizesse festas no cabelo. Ele riu e disse que era melhor falarmos. E falámos.
Conclusão de quase duas horas de conversa no parque de estacionamento: Eu não quero. Não posso! Ele termina com um sussurrado: Mas podiamos... Podiamos, Margarida...
Eis como, sem nem saber muito bem como, o trabalho se torna, num ápice, insuportável e se perde um amigo.
20 comentários:
Que pena não ganhares antes um namorado ...
Esse convivio no dia a dia não vai ser nada fácil...
Beijinhos Tânia
G. é a primeira letra do nome dele não é?
Ai que não podes estar boa da cabeça. Eu bem tinha desconfiado quando fui ter contigo e ele estava lá muito animadinho a analisar projectos de investimento.
Aquele homem!? É um Deus grego! E educado! Até do carro dele eu gosto.
Deixa-te de coisas. Não tens que estar apaixonada por ele. Não perdes essa mania! Irra!
Catarina
Deus grego? Carro interessante? Educado? Ainda bem q a Margarida n quer nada com ele!!! Assim fica disponível! O público feminino exige o endereço e,de preferência, foto de corpo inteiro! (Mas o que fazer quando o coração escolhe sempre as relações "imperfeitas"...)
Beijinho da Guerreira
Só tens de fazer o que o teu coração te mandar...vai sabendo o que faz, às vezes.
O resto suporta-se, ou não... mas aguenta-se.
Tens sabedoria para dares a volta por cima.
Beijos
Isso é que é pior... espero que tudo volte à normalidade depressa e que não chegues a perder esse amigo.
beijos
É uma daquelas pequenas coisas com grandes consequências. Apesar de tudo, de uma aparente normalidade que se possa fomentar, é o suficiente para que nada fique na mesma entre as pessoas.
Ter consciência de que isto pode suceder, por vezes, pode impedir-nos de tomar certas atitudes, a arriscar... mas depois ficamos a pensar "e se...". Ou seja, devia ser tudo mais simples.
Pois se não fosse colega de trabalho até concordava com a Catarina mas assim não sei não ;)
Olha faz o que te apetecer que a vida é curta!
beijocas grandes
O que é que esperavas de um gajo que lê a Surf Portugal no trabalho!? ;)
Ai.. os homens...
Uma festa, um telefonema, beijinhos, acerca dos quais não tinha nada a ver, e de repente... "Já podíamos... Até podíamos"?? Nah... Cá para mim isso traz água no bico de trás :P
Beijinho
*** Ciranda
Espero que não chegues a perder o amigo.
E fazes bem em fazer o que o coração te diz.
Beijinhos
Uma situação muito desagradavel não queria estar na tua posição, leva as coisas com calma e tenta pelo menos manter a amizade...
Beijinhos
São situações que nos poem os nervos à flor da pele...ainda por cima essa amizade nunca mais vai ser o que era...em relação a um flirt, para tudo é preciso estar disponivel para isso, não achas?
beijocas
kikas
Histórias complicadas!
Se não estamos apaixonadas, se não há clic...charme, beleza, educação, cultura, masculinidade, carro...sei lá...é = a HARG!!
Compreendo-te muito bem, no trabalho e com amigos então...HARG duplo...tem que haver uma chamazinha a queimar aqui dentro, não é?
Um beijinho para ti
Mocas
:(
Não vai ser nada fácil teres de conviver com ele todos os dias...
O mais importante é que tenhas sido sincera com ele, para ele perceber o lugar dele. Pode ser que ele vá ao sítio sem precisarem de estragar a amizade nem o ambiente de trabalho.
Beijocas grandes.
Que azar... pelo menos dele, que "deu com o nariz na porta".
Mas pelo menos agiu, foi sincero, directo e sem menos! É de louvar (essa raridade em homens) e só por isso merece que sejas amiga dele, né?
BJs
vai 1 moussezinha d chocolate?
lamento mas foi a única coisa k m ocorreu pela cabeça ...
nã tenho palavras, nem conselhos pra t dar.
pra ser sincéro nem sei o k t dizer mas s kizeres 1 mousse ...
Amigos e amores uma mistura que não liga, por muito que se agite. Um dos dois afunda-se.
Um beijo. Augusto
Não concordo nada que amor e amigos não combinem...Não é verdade. Nunca ouviram falar amizades coloridas? Mas se não há clique...azar...mas também não vejo porque é que não podem conviver bem com a situação!
Como não está disponivel comentário do outro post, deixo aqui. Só para dizer que antes assim, os tempos estão maus para se perderem amigos.
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