terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Novelinho

Dormi muito pouco esta noite. Dormi muito pouco nas últimas noites.
Por isto ou por aquilo tenho roubado muitas horas ao sono. Por um ou outro motivo, mesmo nas horas em que era suposto ter dormido não descansei: sonhos agitados intervalados por momentos de insónia.
Levanto-me cansada; cada dia mais cansada.
Estando cansada, o trabalho rende menos. Se rende menos acumula-se, fica para o dia seguinte, para somar ao que existe, ao que chega...

A tese... continua na mesma. Sem lhe pegar, sem ter telefonado ao meu orientador.
Agora, não por receio, nem hesitação, mas por falta de tempo. Tenho tempo para lhe telefonar mas não posso dizer, dentro da próxima semana, quando poderei ir falar com ele.

E o V. ...! Tenho que desmarcar coisas combinadas!
E não queria! Mesmo que não ouse queixar-me a ele de mais do que do cansaço, a simples presença dele, o ombro para descançar a cabeça já seriam uma ajuda preciosa!
Mas não tenho tempo, e tenho que lhe telefonar a dizer que não posso, por agora...
Tentei duas vezes, para o telemóvel, com o meu número incógnito, e ele não atendeu.
O facto de ele não atender incomodou-me. Se soubesse que o número era meu e não atendesse incomodava-me ainda mais.
Incomodou-me não saber o que está a fazer exactamente a esta hora, com quem. Se calhar até sentia a necessidade de saber o que está a pensar.
Detesto sentir isto!

E quando atender, vai ouvir-me dizer que, afinal, mais uma vez, estou sem tempo (sem tempo para ele!), que vou ter que desmarcar o que tinhamos combinado. Vai pensar que não lhe ligo, se calhar que ando só a gastar o tempo dele.
Mas não imagina que o meu coração bate, como o de uma adolescente, de cada vez que marco o número dele! Nem quero que ele imagine!

Sinto que tenho a cabeça como um novelinho, embaraçado, com muitos nós, sem lhe encontrar a ponta do fio.
Estou muito cansada, com recordações dolorosas, com uma sensação de tontura, enjoada, demasiado sensível, com necessidade de carinho, com sono...
Se calhar devia ir simplesmente dormir, e deixar-me de pensar! Ao menos por uma vez! Se calhar é só isso...

5 comentários:

Vilma disse...

Por vezes, precisamos de nos aquietar e escutar somente a voz dentro de nós. Ou procurar um ombro amigo, que nos escute sem falar...

Cláudia disse...

Toca a meter mãos à obra, minha querida. Quanto mais fazemos, mais energia temos para fazer...
Força. Coragem. Energia.
E beijinhos mimados, que também ajudam...

Anónimo disse...

Também acho que precisas mesmo de parar um momento e investir noutras coisas que para ti são impoertantes, como a tese. Não falo no V. porque ele deve ser uma prioridade, mais ainda do que um investimento... mas também há as duas faces... não lhe devias dizer apenas que não tens tempo, mas demonstrar-lhe que ainda que não o tenhas, o teu coração bate forte como uma adolescente...
beijinhos amigos
Sofia (Coimbra)

aNa disse...

a ausência de descanso tira-nos a capacidade de raciocínio e clarividência. talvez seja uma boa aposta dormir bem.
outra coisa que ajuda é estabelecer prioridades.
fazer uma listinha e ver aquilo que é realmente importante. e a partir daí, reorganizar.
bom dia :)

Ana disse...

Já nem sei mais o que dizer... concordo com todos os outros comentários... as vezes nada melhor que uma boa noite de sono para ajudar a organizar as ideias... Espero que te estejas a sentir melhor
Jokas
Ana