terça-feira, 9 de outubro de 2007

Eu e o CCB


Este é um post um bocadinho para o maldizente, porque o é. Tenho de o admitir.
Eu até gosto do CCB, confesso. Polémicas à parte, eu gosto do edifício, gosto da arquitectura e até gosto do conceito da coisa. Acho que nos fazia falta. Foi um benefício.
Claro que gostaria que tivesse sido contruído mais um bocadinho ao lado, de modo a ocultar menos os Jerónimos, que podem ser mais velhinhos, mas de quem gosto ainda mais (bastante mais). Aliás, a idade e tudo o que por lá passou, só servem para ganhar o meu respeito, independentemente do valor artístico que tem.

Eu até lá ia muito nos primeiros tempos; eu até ia lá ver as exposições de que uma amiga foi guia, e outras. Eu até da papelaria do piso de baixo gostava, e adorava comprar papéis onde depois não escrevia, por os achar tão bonitos. E gostava até daquele jardim no terraço que dá para o lado do Tejo, excelente para tagarelar com as amigas em fins de tarde de tempo ameno.

Gostava, e gosto.
Mas confesso que nos últimos tempos a minha relação com o CCB parece não ser a mesma.
Em Fevereiro tive uma experiência do outro mundo, ao ir visitar a Besphoto.
Recomposta do trauma, andava a pensar que tinha de ir ver a exposição do Berardo. Andava a pensar, mas nem sequer tinha pensado numa data. Aconteceu por acaso, havia tempo, e foi no outro fim de semana.

Não foi nada de comparável com a experiência da Besphoto, mas confesso que foi uma desilusão. Não é traumático, mas não me conquistou, nem perto disso. A parte mais interessante da exposição foi a surpresa de não termos de pagar a entrada, e o pézinho da pessoa que me acompanhava dentro do lago, à saída.
Confesso que estou a ser exagerada. Até lá tem uns Picassos (mas gostei mais dos que vi numa exposição da Gulbenkian, há uns anos), e mais algumas outras coisitas que não desgostei. Mas fiquei desiludida.

Estava até um bocadinho preocupada comigo, por julgar que o mal só podia ser meu, que aquilo devia ser, indiscutivelmente, uma maravilha, mas que eu estava a ficar embrutecida para a arte. Depois, respirei fundo quando ela classificou a coisa como coisa-um-bocadinho-mediocre-do-Berardo. Afinal, não sou só eu.

Até acho que a exposição deve ser visitada. Nestas coisas acho que devemos sempre ver com os nossos olhos. E mesmo quando não ficamos conquistados, acho que ganhamos em ver, em conhecer coisas novas, em expormo-nos a novas correntes, enfim, acho que só há vantagens.

Ah! É que eu até nem sou fã por aí além de arte contemporânea, confesso. Sobretudo no que diz respeito à pintura (mas abro grandes excepções, porque há, de facto, grandes pintores, até nacionais e vivos) e um nadinha (mesmo nadinha) a um certo tipo de escultura e dança. Nas outras áreas das artes até acho que estamos a viver um bom momento.
Mas em compensação adoro outras épocas, tenho uma predileção acentuada pelos impressionistas e perco-me de amores pelo Monet.

9 comentários:

amigona avó e a neta princesa disse...

Passei para deixar saudades...

gralha disse...

Eu também não achei grande espingarda mas acho que é por já ter visto grandes museus a nível mundial. E quanto à arte contemporânea, não adoro mas devo ser das poucas pessoas a achar que se melhorou desde o modernismo. É que os impressionistas e companhia só me fazem bocejar (ai que alguém ainda me dá um tiro!).

beijinhos!

CGM disse...

Ai que lingua benenosa, menina! ;)

Maria Liberdade disse...

Eu comecei a namorar no CCB...

Piquinota disse...

Eu já nem sei que diga... eu passei lá agora em Setembro e vim de lá a pensar "Sou mesmo ignorante! Coisinha mais maravilhosa e eu não percebi nada daquilo nem achei nada de especial!" e creio que em conjunto pensei "Porra!! E gastou-se tanto dinheirinho para isto!!"...

Eu, sinceramente não achei nada de especial... mas eu não percebo nada... Se calhar é mesmo fabulosa!

Jinhos

Jolie disse...

pronto... somos almas gémeas sem dúvida :p

(o que eu gosto de monet!)

Mary disse...

Ainda bem que avisas, assim talvez já não vá lá perder o meu tempo.
Já estive para ir lá, mas devido a ouvir tanto neste exposição, acho que até enjoei.

Quanto ao CCB, gosto, eu adoro contrastes, logo não me choca nada estar ao pé do mosteiro.

Os corredores de acesso sala de espectáculos é que poderiam ser um pouco mais largos, parece que ficamos atrofiados quando saimos da sala.

Beijocas
Isa

Artemísia disse...

partilho a tua opinião em relação à arte moderna.. e monet é uma paixão!

sm disse...

Continuando a tua maledicência... :P

Concordo contigo em diversas coisas, na "fraqueza" da colecção, o que para Portugal até pode ser uma grande coisa, face às colecções que existem, mas convenhamos que os Picassos são os mais baratos do artista... também tenho alguma dificuldade em gostar de alguma arte contemporânea e confesso que por ali tb. não gostei de grande coisa, ou seja, não fiquei extasiada e tenho uma ENORME dificuldade em aceitar/comungar desta onda de "agradecimento" ao dito Sr. Comendador. E sim! Claro, Monet :)), puxando a brasa a Portugal, fora do impressionismo, Amadeu Souza Cardoso!

Quanto ao CCB é uma pena que não tenham mais espaço para exposições e que tenhamos que ir a Serralves para ver grandes exposições.

Muita História estudei eu naquela esplanada :))

;)
Sandra
PS Desculpa estou com a corda toda :P