quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

[In]Fidelidades

A propósito de uma conversa com uma amiga...

Não, nunca fui infiel. E, não querendo julgar quem o foi, nem tendo qualquer pretensão de ser melhor do que ninguém, não creio que alguma vez o venha a ser.
Confesso que tenho o meu pecadilho nesta matéria. Tinha uns 17 anos e estava, em viagem de estudo, num abrigo de uma Reserva Natural. Uma turma ali fechada durante uns dias. Um colega deu-me um beijo. Foi ele, não fui eu. Mas não ofereci grande resistência. Pensando melhor, nem podia, afinal foi repentino.
Tinha um namorado, o primeiro, e levava isso muito a sério. Tão a sério que me estragou o resto do tempo que lá passei. Insistia que queria vir embora e contar-lhe, a minha melhor amiga dizia-me que era tolinha, que isso não tinha importância e que era melhor não lhe dizer nada.
Mas disse, e fico muito contente por tê-lo feito.

Depois disto, nunca mais. E se não o fiz foi, em primeiro lugar, por pensar em mim.
Não o fiz porque, se estava com alguém era porque queria, porque gostava realmente dele e, portanto, não fazia sentido traições. Foi porque se traísse estaria, em algum momento, a atingir-me a mim mesma, a viver uma mentira, a fingir o que não era, ou não queria, ou não sentia. E que razão tão forte me levaria a isso?! Que motivo me levaria a cometer tamanha violência contra mim mesma, ao ponto de me obrigar a viver uma mentira, a representar?! O que é que compensava isso?!
Existe o amor, os princípios, as regras... existe isso tudo mas, até o egoísmo, o simples facto de pensar em mim e não me sujeitar a fingir sentimentos e afectos, é um bom motivo para não ser infiel. Talvez o melhor de todos.

20 comentários:

Marta disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Marta disse...

Totalmente de acordo, Margarida... Penso que, se estamos com alguém, devemos estar de corpo e alma! E, caso seja um caso "repentino", como descreves, que nos seja impossível evitar, devemos ser sempre sinceros com quem amamos!
*<3

(desculpa o engano do comment anterior)

Tamia disse...

Plenamente de acordo! Apesar de pensar que remo contra a maré nos dias que correm!

Clara disse...

Eu também sou muito fiel, por isso, cá estou!

amiguita, só p deixar 1 beijinho - o blog não fechou, mas sim o endereço: vai pelo profile e continuas a ler-me ;) actualiza só o nome nos links, ok?

Piquinota disse...

Eu não posso estar mais de acordo! Se assumo um compromisso com uma pessoa, é por acredito que é a pessoa que amo! E na minha cabeça e no meu coração não existe sequer essa ideia!
Jinhos

Ps- Mas também concordo com a Tamia, às vezes sinto-me um bocado contra a maré:(

reborn disse...

Concordo plenamente contigo mas hoje em dia a fidelidade é cada vez mais rara infelizmente !

Beijitos :)********

mixtu disse...

Quando existe amor é total, fiel, concordo contigo... embora em pensamento em peco, lol
jinhos, amiga

Anónimo disse...

Olá
Queria só partilhar uma opinião...
Quando alguém trai, não estará a cometer a maior traição consigo mesmo e com os seus sentimentos?
Não será a traição que comete sinómimo de que algo está mal?
Não será um aviso de instabilidade, de falta de auto-estima, de auto-confiança?
Não será uma tentativa, em alguns casos pelo menos, de mostrar a si mesmo que alguém gosta de si, ainda que a própria pessoa já não se dê valor?

Bejufas
Carla

nelsonmateus disse...

estavas a falar com 1 amiga ou estavas a ver o fiel ou infiel na tv? hum?

gralha disse...

Bom... não quero ser advogada do diabo mas o meu lema é: não ponho as mãos no fogo por ninguém, nem por mim. Nunca fui infiel mas quem nos diz o que faremos num dia de solidão, em que o nosso cônjuge deixou de se esforçar pela nossa relação e em que passamos horas à conversa com alguém que faz parecer tudo tão simples? Às vezes, a infidelidade pode é ser mais preguiça de enfrentar a realidade do que outra coisa.

Anónimo disse...

Para mim é tudo muito subjectivo. Não condeno quem seja infiel por AMOR, pois cada um sabe da sua vida e do que se passa na sua relação. Acho é que se deve dar ao respeito por si própria e admitir a situação, fazer algo para a mudar, pensar em si e em quem está consigo. Bjocas.

kikas disse...

Depois do que li, só te posso dizer que podia ter sido eu a escrever este post, não retirava nem acrescentava nada...é mesmo assim que eu penso!
beijocas
kikas

amiguita disse...

É sempre bom sermos fieis a nós próprias, a aos nossos principios, sejam eles quais forem, gosto de pessoas com carácter, mesmo quando não partilham das minhas ideias.

Beijinhos

Rui disse...

Infelizmente, para muita gente, as coisas não são assim tão simples.
Já ouvi falar em impulsos muito fortes. Quando pedi explicações sobre esses tais impulsos, não obti resposta. Era coisa que não se explicava.
Não sei o que são, mas sei que eles andem aí.

Sara MM disse...

desta água não beberei... é tão fácil dizê-lo, não é?!?!

BJs

Jolie disse...

Olha... post digno de molfura!

Concordo a 200%

Beijos

Anónimo disse...

Mas se o tivesses sido até tinhas desculpa!
Há casos em que é bem merecido!

Catarina

Miguel disse...

QUantas linhas se podem usar para um comentário?
Quantas?
Ok, vamos lá então:
Eu penso que ...

Margarida Atheling disse...

Sara: não foi isso que disse. Deixei-me de dizer essas coisas!
O que disse é que não me parece que o faça, e nem sequer é nada de admirável ou digno de respeito o que estou a dizer, se o faço é por egoísmo, para não me sentir mal depois comigo mesma.
Se já me passou pela cabeça? Sim!
Até achei que ele merecia mesmo, afinal tratava-se de lhe pagar na mesma moeda; se parei a tempo foi exclusivamente por mim.

Beijinhos

Xuinha Foguetão disse...

Margarida,

concordo contigo.

Quando se está com alguém é porque se gosta dela. Se por acaso houver espaço para uma 3ª pessoas é porque o sentimento não é forte e assim não há razão para se estar junto...

Beijocas grandes e bom fim-de-semana.