quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Ai, os homens...

Num momento em que estou cheia de trabalho, cansada, perdida entre recordações, nostalgias de Natais longínquos, preocupações com este que se avizinha, sem tempo para nada... surgiu o V.
Com as melhores das intenções, eu sei.

Depois de me sentir confortável com a ideia de, depois de tudo, alguém estar a gostar de mim, assim... assim como ele, apesar de precisar ainda de tempo e espaço para mim (só para mim!), começo agora a sentir-me, ainda mais, com falta disso mesmo: de espaço.

O V. telefonou.
Eu desculpei-me com o trabalho (meio desculpa, meio verdade) e desliguei.
Mandei-lhe, entretanto uma mensagem a pedir-lhe desculpa pela forma como interrompi a ligação. Mas só isso. Sem mais qualquer outro assunto.
Menos de cinco minutos depois o telefone toca. Era ele de novo.
Conversa puxa conversa, assunto puxa assunto... Já nem sei do que falámos ou do que não falámos. Eu bem lhe dizia que tinha que trabalhar mas... nada! Ao telefone desde o almoço até agora!!!

Depois de desligar, duas coisas ficaram na minha cabeça.
A propósito da minha tese, dizia ele que talvez fosse bom suspendê-la por algum tempo. E eu dizia que não, que por mais que me custasse queria era acabá-la depressa, e que tinha mesmo prazos que já estavam a passar.
Ele continuava na mesma: mas suspender por um bocadinho... Então e... e se tivesses um filho?
Como??!! Se eu tivesse um filho?! Agora?!
Fiquei tão baralhada que disse que isso não alterava nada, porque mesmo que ficasse grávida agora tinha que acabar a tese bem antes desse hipotético bebé nascer, por causa dos malditos prazos. Mas, na verdade, o que é que um filho tem a ver com a tese, e com prazos? A proppósito de quê é que vem esta conversa??

Mais à frente, a páginas tantas, insiste em que eu arranje tempo para sair com ele. Mas eu digo que não posso agora, o que até é verdade. Ando sem tempo.
Diz então que passa ele por cá. E eu digo-lhe que não, mas ele insite e diz que vem.
Eu volto a dizer que não é boa altura: muito trabalho, o Natal, alguma pressão, a sensibilidade exageradamente "à flor da pele" por estes dias... Mas ele teima!
Cansada disse só que não era boa ideia, mas que fizesse pelo menos o favor de me telefonar antes de vir (a ideia é dizer-lhe que não vou estar quando ele vier!). Estou a sentir-me cercada e... não estou a gostar!
Estou sensível, traumatizada... preciso de carinho, mas não de pressão! Porquê que ele não entende uma coisa tão simples?!

8 comentários:

Tia Moky disse...

Olá, Margarida!!
Ele não entende porque é homem...e como ser humano está a lutar por aquilo que ele quer!
Tenta fazê-lo ver o que sentes, e que se ele não respeitar a tua vontade, que pode deitar tudo a perder!! E, de certeza, que ele não quer isso!!
Bem, mas tu és grandinha e já sabes isto tudo!!!
Boa sorte!! Beijos Tia Moky

39 disse...

Sou parecida contigo, sabias? Quando algo surge assim do nada, inesperadamente, eu coloco logo o mecanismo de fuga em actividade! (risos)
Beijocas e boas desculpas!!! (risos)

C_de_Ciranda disse...

Hmm.. nem sei que te diga... Também funciono um bocado dessa forma. Se eles exageram nas investidas acabam por surtir o efeito contrário.

Acho que eles gostam de sentir o desafio. Até entendo isso, Margarida. O que não entendo é a falta de limites que alguns deles paracem ter... Limites... e respeito por quem lhes vai dando os sinais de que - provavelmente - estão a ir depressa de mais.

Mas são homens e, tal como eles não nos entendem, acho que também nós temos muitas vezes essa dificuldade.

Quanto à situação - e como eu costumo dizer -, faz o que o teu coração te mandar, minha querida. E vai vivendo um dia de cada vez! ;)

Beijos, mais que muitos

*** Ciranda

Anónimo disse...

Acho que deves ter uma conversa franca e dizer o que sentes neste momento da tua vida. Se ele valer a pena há-de compreender... se não aceitar é porque não interessa!|
Beijo enorme
PS: quanto à tese, acho que deves acabá-la o mais rápido que possas, não só para te realizares e aliviares mas para que ela não se transforme num fardo desinteressante com o passar do tempo
Sofia (Coimbra).isabelcorreia@yahoo.com

InêsN disse...

Margarida, imagino como te sentes porque já passei por situação idêntica...e sim, é horrível quando tentamos "a bem" e eles não desgrudam!!
Um conselho...se ele não entende por via indirecta...vais ter mesmo que ser directa e frontal! Diz-lhe que neste momento não podes/queres ter alguém na tua vida a pressionar-te dessa maneira...
faz o que achares melhor mas nunca te esqueças que o mais importante é que TU estejas bem!!
Um beijo grande,
Inês

Luís Almeida Fernandes disse...

Uma pessoa deve ser sempre controlada nos seus objectivos, sabendo perfeitamente que acções serão vantajosas na sua conquista. É por demais evidente que essa insistência exagerada é prejudicial aos seus interesses amorosos, e mantê-la só mostra fraqueza da parte dele.
Também suspeitava de um homem que falasse de filhos por iniciativa própria, seja em que contexto for.
Se V. for de Vasco foge! Se V. for de Virgílio talvez ainda haja aí qualquer coisa...

Margarida Atheling disse...

V. é mesmo de Vasco! Mas já não sei bem se me apetece fugir, Luis!

André Parente disse...

Ora sendo homem, sinto-me com alguma autoridade para vos explicar. Mas, infelizmente, nao consigo... Coisas de homem! ;)