Continuo sem pegar na tese!
Bem sei que é Domingo, que o dia está bonito, que não tenho ocupado o meu tempo inutilmente mas... não consigo deixar de pensar que não tenho feita nada da tese.
Continuo sem sequer falar com o meu orientador. A última vez que falámos foi há ano e meio, mais coisa menos coisa, e porque ele me telefonou!
Continuo sem actualizar o cartão deste ano - que está a acabar! - da Torre do Tombo.
Continuo sem coragem para pegar nas fichas de leitura, nas fichas prosopográficas, nos capitulos escritos, nos capitulos por acabar, nos mapas, nos quadros... em nada!
Continuo sem ser capaz de voltar à Torre do Tombo, de trabalhar na BN, de circular na faculdade.
Continuo, ainda, sem coragem para voltar a encontar pessoas que me fazem mal e voltar a mexer em ferida ainda tão doridas.
Continuo com medo de fantasmas.
Às vezes, penso que já apreendi tudo o que tinha a aprender com este mestrado: fiz os seminários, fiz a investigação. Não é por passar as conclusões para o papel que vou a aprender mais nada.
Mas, se não o acabo, não me vou sentir mal comigo? Não vou sentir que desisti, que fracassei, que fui fraca? Não perde o sentido todo o trabalho que ficou pelo caminho? Não vou desiludir as pessoas que acreditaram em mim e - pior! - as que me ajudaram?
Começo até a sentir vontade de voltar a fazer investigação; mas noutro sítio, talvez noutro país. Mas, para isso, tenho que acabar a tese, não é?
Então porquê que não a acabo???
6 comentários:
Coragem, Margarida. As teorias são boas, mas as pessoas é que sabem o que se passa dentro delas. Coragem, a vida segue em frente.
Beijos Gracinha
:) Por essas e por outras é qu e tão cedo não me meto nisso tão cedo. Ando sem coragem! Mas, como sou uma estudiosa inveterada sei que, mais tarde ou mais cedo, lá terá de ser!
Ó Margarida, não sei se estou a ser indiscreta mas, correndo o risco de o ser, diz-me lá: É acerca de quê, a tua tese?
*** Beijos pra ti e pras outras pré-mestras.
*** Ciranda
A tese é em História Medieval, mais presisamente em história social, mais precisamente em... Digo noutra ocasião!
Mas não hesites! O mestrado deu-me muita satisfação; a licenciatura tinha-me deixado insatisfeita, sentia que tinha aprendido bem menos do que esperava. O mestrado deu-me a possibilidade de fazer investigação que é o que eu gosto.
Depois também dá alguma angústia: a angústia da criação. Mas vale a pena!
O meu problema foram outras questões, assuntos pessoais, que entretanto surgiram e abalaram, não só o mestrado, mas tudo.
Olá Margarida. Cheguei ao teu blog pelo da Teresa pois neste momento da minha vida ando a tentar fazer uma cerejinha! Mas acho o teu blog muito simpático e não pude deixar de me identificar com este post das "ânsias e angústias da tese". Eu passei por isso há um ano (fiz a defesa em 12/03, muitos foram os momentos de desespero, de não me apetece, de problemas e alegrias pelo meio ( casei em 2002!), mas eu gostava ( egosto) tanto daquilo que com disciplina, respirar fundo lá me ia embrenhando também na Idade Média (literatura medieval). Vais ver que essas fases más compensarão o resultado. Não desistas de um projecto tão nosso como o fruto de um trabalho sobre aquilo que realmente gostamos!
PS: devia ser interessante trocar ideias contigo...
Beijinhos e muita coragem para essa empresa!
Sofia (Coimbra)
Pois, Sofia! Eu também gostava muito de trocar ideias contigo. Uma colega...!
Mas como? Não deixaste forma de te contactar!
Como eu te entendo. A minha tese esperou cinco anos e depois caiu. Também sinto que tinha aprendido tudo com a investigação. Passar ao papel parece tão chato e fastidioso...
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