Reparei que pareço andar muito azeda.
Na verdade, o último ano foi complicado, o mais complicado da minha vida. Perdi algumas pessoas importantes para mim, e quando me refiro a perdas não se trata de um eufemismo para significar, forçosamente, morte. Quero dizer simplesmente que as perdi.
Algumas dessas pessoas tinha-as por amigas. A surpresa foi revelarem-se precisamente o contrário.
O outro lado da moeda é que outras pessoas, a quem muitas vezes nem tinha dado muita atenção, revelaram-se, essas sim, merecedoras do estatuto que eu tinha dado a quem não devia.
Seja como fôr, não adianta mascarar a tristeza com irritação. Irritação contra o trabalho, o tempo, as noticias do telejornal, a telepac, os serviços, os impostos...
Não estou zangada nem irritada; estou triste. Pronto.
Custa ter a humildade para confessar uma coisa tão simples, porque na tristeza se vislumbra uma pontinha de fragilidade, mas faz bem reconhecer a verdade.
1 comentário:
Eu diria o contrario... É preciso coragem para reconhecer, a sério, que se está triste.
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