quarta-feira, 7 de junho de 2006

Margarida Atheling


Margaret Atheling 1045-1093
Pois é Avó, é verdade... tenho gerido mal o meu tempo.
Levo o dia a correr, não faço o que quero nem o que gostava, chego à noite cansada. Geria muito melhor o meu tempo antes... Nem tenho tempo para passar por aqui.
Também é verdade. Mudaram tantas coisas!
Já não preciso. Não preciso da mesma maneira. Mas sinto muito a falta.
Lembro-me bem de quando o criei o blog - coisas! coisas daquelas que não me passavam pela cabeça fazer! Lembro-me tão bem de me sentir aconchegada, como se me tivessem colocado uma mantinha por cima num dia frio.
O seu nome, por inteiro, e não só o primeiro, que herdei, fizeram-me sentir protegida.
Eu sei... sei que são coisas que não se explicam.
Também sei, Avó, que o longo caminho que aqui foi percorrido foi com ajuda. Sei, e sempre soube, porque sempre o senti. Obrigada!
Aqui, ficou a minha vida durante todo este tempo, cheia de avanços, de pequenos recuos, de medos, de decisões, de esperanças, de pequenos ciclos... Cheia de pessoas; das pessoas que já faziam parte da minha vida, e das que, felizmente, aqui surgiram.
Esta Margarida, que aqui está agora, é outra, como sabe, Avó. Ainda a aprender a viver estas diferenças, daí esta falta de tempo, esta ainda desorganização.
Aposto que se ri de mim! Tanta confusão para uma coisa tão simples: viver.
Mas, às vezes, viver é mudar, Avó. E isso não é tão fácil assim. Ficamos um bocadinho perdidos. Mas é bom! É tão bom!
Não me dá jeito nenhum anunciar um novo ciclo: Já senti, várias vezes, ao longo deste tempo, várias mudanças em mim - umas que me agradaram, outras nem tanto -, mudei muito neste espaço de tempo, mas a verdade, a verdade mais sincera, é que é isso que sinto. Há uma mudança profunda na minha vida; silênciosa, mansa, sem tumultos... mas profunda. Não é daquelas de que fui falando aqui. Essas eram pequeninas, quase pormenores. Esta é diferente, tão difente das outras.
Sabe o que me faz lembrar, Avó? aquele dia em que nós, meninas, nos descobrimos mulherzinhas. Essa mudança marca-nos. Esta, que ainda não consigo definir, também.
É mansa, morna, aconhegante como a sua presença, Avó; deixa-me mais sorridente, mais compreensiva, mais benevolente com as outras pessoas. Isto apesar do turbilhão desordenado que tem sido a minha vida profissional nos últimos meses.
Sabe o que é, não sabe Avó? Mas não me vai dizer... Eu sei que me cabe a mim decobrir. Mas uma das coisas que mudou, é que não corro desordenadamente para as coisas, não me precipito e depois tropeço. Espero.
Sei que tudo tem o seu tempo e a sua razão.
Mas os horários do dia-a-dia... ai Avó; estão uma confusão!

20 comentários:

Piquinota disse...

PAssamos por tantas mudanças ao longo da vida... algumas nem nos apercebemos... outras viram-nos a vida do avesso, como um furacão... e outras vão acontecendo!

Em todas elas aprendemos...e re-aprendemos a viver... A adaptar a nossa vida, o nosso ritmo, os nossos horários...tudo!!

E neste caso, estás a adaptar-te...com o tempo!:)

Jinhos

reborn disse...

Ao longo da nossa vida, crescemos :)
Beijinhos grandes :)****************

gralha disse...

Há mesmo alturas em que a nossa vida só faz sentido se a virmos como mais uma continha da fiada interminável feita das mulheres da nossa vida: avós, mãe, amigas que valem a pena...
E aí interrogamo-nos se, sendo nós avós, seria esta a vida que gostaríamos que as nossas netas estivessem a viver :)
Beijinhos

Xuinha Foguetão disse...

Um beijinho grande para ti, Margarida.

Todos os dias crescemos e todos os dias nos descobrimos...

Anónimo disse...

Olá Margarida...
Quando realmente a mudança acontece, é assim mesmo...
Calma, doce, e demorada...
Aprendi durante anos que quando as coisas mudam muito rapidamente, ou correm muito mal, ou não passam de ilusões, de miragens.
... É a nossa vontade em querer mudar a toldar a nossa visão e raciocínio, levando-nos a acreditar que realmente aconteceu!
Tens também razão, pelo menos na minha opinião, quando dizes que o estado de espírito muda a nossa escrita. A nostalgia, a tristeza, a famosa dor de amor, a perda de alguém, a solidão, são tudo o que vemos nas grandes obras desde Shakespeare a Antoine de Saint-Exupéry, desde Camilo a Paulo Coelho...
Tudo isto para te dizer que talvez fale com pessoas no meu dia a dia, que conheço menos do que te conheço a ti (sem exageros, claro), porque "te leio".
Sim, tu estás um pouco diferente e sem te dizer se gosto ou não, se agora estás melhor ou pior (porque não tenho o direito, nem pretensão a tal) digo-te que espero que nessa tua nova mudança estejas mais feliz, mais completa, mais tu…
Bejufas
Carla

Unknown disse...

Pois é Margarida, não é fácil enfrentar uma mudança... mas como dizia a minha querida avozinha:
"A quem muda, Deus ajuda"! e eu digo: "Que Deus te ajude, mas dá-lhe uma mãozinha..." eheh!!!

A adaptação a uma grande mudança custa... mas vais habituar-te rapidamente à ideia.

Um grande Beijo!!!

Isa e Pedrocas

Rui disse...

Não te sussurrará ela enquanto dormes?
A vossa ligação não foi quebrada.

Smas disse...

A tua ligação à tua avó de quem herdaste o nome completo deve ser muito grande!
AS mudanças que vão acontecendo aos poucos são melhores, dão-nos tempo para nos irmos adaptando às mesmas.
Desejo que essa mudança te faça muito feliz!
Bjs

gracinha, a artista do burlesco disse...

Como te compreendo, Margarida. Mansa e profunda, essa mudança. É mesmo isso.
Os horários é que, de facto, dão cabo de nós! ai ai ...

Beijos muitos :-D
Alegra-me que te estejas a encontrar.

Anónimo disse...

Fico muito feliz por ver que te sentes bem, pareces sentir-te "mais leve".
Tudo de bom...
Beijinhos cheios de saudades e um óptimo fim-de-semana!

Polly Jean disse...

Que bonita ternura.

Dani disse...

Deixa-me apenas sorrir! :)

Beijinhos

teresa.com disse...

só o esforço, deixará qualquer Avó orgulhosa!

nelsonmateus disse...

costumas falar com ela muitas vezes?

Clara disse...

Viver é qualquer coisa de complicado, se não soubermos como contornar e moldar o que nos vai aparecendo.

Com tudo que tenho vivido, cheguei a uma recente conclusão: viver cada dia como se não houvesse amanhã.

1 beijo

Ana P. disse...

O segundo post que leio hoje que me faz lembrar o meu avô.

Beijinhos

taxi driver disse...

o mais importante é lembrar-mos que nos momentos mais marcantes da nossa vida havia alguem que olhava por nós...

mixtu disse...

avó perdoa a netinha...
besitos

Anónimo disse...

:)

Sara MM disse...

já sabes imenso!!!

...e consegues mesmo seguir isso que aprendeste?!?!

... eu consigo um bocadinho mais que dantes... mas ainda muito pouco ! :o|


Bjss