Eu não sou só eu (eu e todas as outras pessoas). E sou-o menos só eu, do que há uns tempos.
Eu sou eu e as pessoas de quem gosto, as que estão perto de mim e as que estão longe, e que porque não estão perto, estão mais do que isso: estão em mim.
Eu sou eu e as pessoas que fazem parte de mim, neste mundo e no outro.
E por isso, porque eu sou menos só eu, este blog fica mais árido, porque aqui não posso (não quero, não devo, não posso, em suma) ser mais do que só eu. A parte de mim que não sou só eu, fica de fora, e essa, é de longe a melhor, a mais rica delas. De longe!
Eu não sou só isto, e mesmo sabendo eu isso muito bem, assustei-me quando passei os olhos pelo blog. Ele, últimamente, anda de uma pobreza franciscana. Pobreza franciscana no menos bom do sentido dado à expressão (porque é bom que diga que tenho a maior da admiração pela ordem dos franciscanos). Anda árido, básico, pobre e até muito abandonado.
Anda assim, é verdade. É pena também, por um certo lado.
Mas por outro lado, é assim mesmo. Não é mau.
A parte de mim que não sou só eu, é mais pequena. E quanto mais rica é a outra parte, o eu inteiro, o eu que sou eu e quem mais faz parte de mim, mais pobre o blog. Porque esse eu, sinto a necessidade de resguardar.
Como diz o povo, e com isso tanto pode dizer muito como não dizer absolutamente nada: é a vida. E por um lado tenho pena, sim. Pena a sério. Mas por outro, não.
[E pronto. É este o resultado de uma noite mal dormida e cheia de pesadelos. E sim, a falta de tempo também é um factor com algum peso na questão]