Daqui a um mês estarei de férias.
No dia 29 ainda tenho que trabalhar. Se não fosse por causa do cão, seguia logo nesse dia mas, assim, talvez só vá no dia 30 de manhã.
Quando chega a esta distância o tempo voa. Já sei que vou andar a correr para conseguir fazer tudo o que é preciso que fique feito até lá. Todos os anos é assim. Este ano será ainda pior!
E, não sei porquê, nunca fico feliz com a aproximação das férias!
É a coisa mais absurda do mundo! Passo o ano à espera que cheguem, quando as tenho espero que não acabem, e quando estão a chegar fico assim, um bocadinho contrariada!
E não é de hoje nem de ontem. Fui sempre assim!
Quando era bem pequena deram-me um girassol num vaso. O girassol cresceu e ficou maior do que eu. Quando estava quase a abrir a flor, chegou a altura de irmos para férias.
Foi uma tragédia! Não queria ir por nada!
Chorei que nem uma Madalena agarrada à "minha" Maria que tentava afastar-me do girassol.
A ideia de ir para o Algarve ( pois porque a "minha" praia não é a minha primeira praia. Só me mudei depois dos dez anos. A de origem mesmo, era Lagos) e de não chegar a ver a flor do girassol de que gostava tanto deixou-me verdadeiramente triste.
Lembro-me que tinha um vestido branco com flores pequeninas de todas as cores, e lembro-me que a viagem me pareceu interminável, e que chorei durante todo o caminho, para desespero dos meus pais!
E depois disto chorei quando acabei a primária e algumas das minhas amigas não iam para o mesmo colégio que eu.
E ficava sempre triste com a perspectiva de estar três meses sem ver pessoas com quem convivia, normalmente, todos os dias.
Fico sempre triste por deixar pessoas e sítios para trás.
As idas para o aeroporto nunca foram momentos alegres. Verdade seja dita que depois também não me apetece voltar, apesar das saudades. E que tenho mesmo que sair, porque a necessidade de ir é mais forte do que a tristeza de deixar coisas para trás.
Uma vez cheguei ao ponto de ter hotéis marcados, a viagem toda planeada (por uma amiga minha, porque eu não sou muito ordenada nessas coisas), bilhete de avião na mão e de lhe dizer: Afinal... não vou!
Mas acabei por ir. E ainda bem!
Realmente... sou muito complicadinha!
Estou sempre desesperada para ir, e sempre com saudades antecipadas do que deixo para trás!
Nem sei porque é isto! Afinal vão ser só vinte dias. E vinte dias passados dentro do país. E sei que quando lá estiver não vou querer sair de lá.
Também é verdade que, este ano, acho que também vou sentir a falta da internet e de pessoas que até não vejo - esta coisa dos bolgs...!!! - , mas...
O meu pai diz que sou assim, complexa, e com contradições, e sentimentos que se chocam, e inquietações, e emoções à flôr-da-pele, e sempre de coração nas mãos, por causa do signo - logo ele que até nem acredita nestas coisas. Imaginem se todos os Aquários fossem assim!