quarta-feira, 28 de março de 2012

The dark side

As crianças permitem-nos saborear o melhor e o pior da vida.
São passe para as maiores alegrias e permitem-nos viver uma felicidade que nunca, até à sua chegada, tinhamos, sequer, concebido que existisse.
Mas é também, através delas que provamos o gosto amargo da vida e da natureza humana.

A Constança, enche-nos a vida de Sol. E a bebé mais simpática, e com o sorriso e as pestanas mais bonitas que conheci em toda minha vida. Sem falsas modéstias!
É a luz personificada, é a candura na sua plenitude, é a doçura tornada gente.

Ainda assim - lá está!- a par da maior das felicidades, através dela, sou obrigada a enfrentar o facto negro da incapacidade de pessoas, familiares relativamente próximos, de gostarem dela, de a receberem com alegria e coração aberto de, alguns, nunca se terem alegrado com a notícia da sua chegada -nem nunca terem sido capazes de fingi-lo, de a - a ela! aquela doçura de bebé que nos olha com olhos doces e sorriso que desarma - preterirem claramente em relação a outras crianças.

Não me importam essas pessoas. Gostaria que não nos prendessem laços familiares de nenhum tipo. Gostaria que estivessem à margem das nossas vidas e dos nossos pensamentos.
Mas espanta-me a natureza humana. Ou, melhor dizendo, espanta-me a natureza de algumas criaturas.

O N. diz que isso não o afecta. Que, conhecendo a Constança, sabe que quem perde não é ela, são essas pessoas que não tiveram (nem têm) espaço e tempo na sua vida para ela.
A mim, depois de nove meses de gravidez (seis de conhecimento da maioria das pessoas) e mais seis meses de vida da Contança, continua a chocar-me. Cada dia mais, para ser franca. E a revoltar-me.
E preocupa-me também que aquela menina, tão doce e tão pura, tenha de aprender um destes dias que há gente má, que há gente em quem não pode confiar[-se], que há criaturas que era suposto gostarem dela, mas que na verdade não gostam. Um dia vou ter de manchar essa pureza imaculada com a realidade sombria que existe por aí, sob pena de que ela seja indefesa. Um dia, vou ter de lhe ensinar coisas que não queria ensinar...

terça-feira, 27 de março de 2012

Big girl

Learning or...

Quando eu andava no colégio, e depois, na faculdade, eu queria aprender. Ponto.

Um(a) professor(a) fantástico(o) era alguém que conseguisse ensinar-me muitas coisas.

Não entendo miúdos que a única coisa que querem, quando entram numa sala de aula, é sair o mais depressa possível e fazer o minímo que se puder imaginar!
Não entendo e tenho muita dificuldade em lidar com eles!

[Felizmente também tenho dos outros. Dos que adoram aprender. Diferentes graus de ensino, diferentes matérias, diferentes tipo de ensino e... pessoas diferentes!]

quarta-feira, 14 de março de 2012

Seis meses

A Constança fez seis meses.
Meio ano, portanto.
Ontem.

E, esta Mãe, foi adiando pelo dia fora, o momento de passar por aqui e escrever uma vasta lista de palavras pirosas - como fiz no facebook e como é permitido e perdoado a todas as Mães.
Não escrevi, mas pensei-as e senti-as. Corrijo: penso-as e sinto-as, com cada bocadinho do coração.

Ela fez seis meses - meio ano - e está de parabéns!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Bailarina


Queria muito, muito ir para o ballet.
Pedia muitas vezes.
Pediu durante muito tempo.

A Mãe achava que era um capricho, uma ideia sem fundamento.
O Pai achava que tinhamos mais do que fazer.

Foi hoje para o ballet. A sua primeira aula.
A professora elogiou-a e ela não queria sair da sala nem parar de dançar.
Veio para casa porque a professora garantiu que também ela ia sair e que voltavam na próxima aula.

Anda agora, por casa, a treinar passos e posições de ballet. Está deslumbrada.
Quer usar o cabelo apanhado, como nas aulas e parece, de repente, tão mais crescida e elegante.

Está feliz e nós temos uma bailarina.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Constança #1

Há quatro dias que lhe descobri um dentinho.
E como não tenho qualquer pressa que cresça, nem a imaginava já com dentes, já o devia ter há uns diazinhos e tinha-me passado despercebido.
Já não bebe de biberão e, há uns dias, também, que o quarto da Mafalda passou a ser o quarto das meninas - e estão a dar-se lindamente com a mudança.
Tem uma carinha miúdinha, ao contrário da irmã, nesta idade, que tinha uma cara de lua cheia.
Come pouco e faz-se difícil. É de uma teimosia sem igual.
Mas é simpátia e alegre, para além de todos os limites.

terça-feira, 6 de março de 2012

sweetie

Noite de Sábado para Domingo, Mafalda agarridinha a mim, enquanto a adormecia:

- Mãããeee...
- Sim?
- És tão maravilhosa!
...

- Mãããeee...
- Sim?
- Gosto tanto, tanto de ti!

...

- Mãããeee...
- Sim?
- Gostava que fosses minha mana e não minha Mãe...!
- Porquê?!?!
- Porque queria que fosses a minha bebé para sempre...!

E o que é que se responde a isto?!