Margaret Atheling 1045-1093
Pois é Avó, é verdade... tenho gerido mal o meu tempo.
Levo o dia a correr, não faço o que quero nem o que gostava, chego à noite cansada. Geria muito melhor o meu tempo antes... Nem tenho tempo para passar por aqui.
Também é verdade. Mudaram tantas coisas!
Já não preciso. Não preciso da mesma maneira. Mas sinto muito a falta.
Lembro-me bem de quando o criei o blog - coisas! coisas daquelas que não me passavam pela cabeça fazer! Lembro-me tão bem de me sentir aconchegada, como se me tivessem colocado uma mantinha por cima num dia frio.
O seu nome, por inteiro, e não só o primeiro, que herdei, fizeram-me sentir protegida.
Eu sei... sei que são coisas que não se explicam.
Também sei, Avó, que o longo caminho que aqui foi percorrido foi com ajuda. Sei, e sempre soube, porque sempre o senti. Obrigada!
Aqui, ficou a minha vida durante todo este tempo, cheia de avanços, de pequenos recuos, de medos, de decisões, de esperanças, de pequenos ciclos... Cheia de pessoas; das pessoas que já faziam parte da minha vida, e das que, felizmente, aqui surgiram.
Esta Margarida, que aqui está agora, é outra, como sabe, Avó. Ainda a aprender a viver estas diferenças, daí esta falta de tempo, esta ainda desorganização.
Aposto que se ri de mim! Tanta confusão para uma coisa tão simples: viver.
Mas, às vezes, viver é mudar, Avó. E isso não é tão fácil assim. Ficamos um bocadinho perdidos. Mas é bom! É tão bom!
Não me dá jeito nenhum anunciar um novo ciclo: Já senti, várias vezes, ao longo deste tempo, várias mudanças em mim - umas que me agradaram, outras nem tanto -, mudei muito neste espaço de tempo, mas a verdade, a verdade mais sincera, é que é isso que sinto. Há uma mudança profunda na minha vida; silênciosa, mansa, sem tumultos... mas profunda. Não é daquelas de que fui falando aqui. Essas eram pequeninas, quase pormenores. Esta é diferente, tão difente das outras.
Sabe o que me faz lembrar, Avó? aquele dia em que nós, meninas, nos descobrimos mulherzinhas. Essa mudança marca-nos. Esta, que ainda não consigo definir, também.
É mansa, morna, aconhegante como a sua presença, Avó; deixa-me mais sorridente, mais compreensiva, mais benevolente com as outras pessoas. Isto apesar do turbilhão desordenado que tem sido a minha vida profissional nos últimos meses.
Sabe o que é, não sabe Avó? Mas não me vai dizer... Eu sei que me cabe a mim decobrir. Mas uma das coisas que mudou, é que não corro desordenadamente para as coisas, não me precipito e depois tropeço. Espero.
Sei que tudo tem o seu tempo e a sua razão.
Mas os horários do dia-a-dia... ai Avó; estão uma confusão!